NO DIÁLOGO ENTRE A ANTROPOLOGIA E A EDUCAÇÃO, MINHA INTENÇÃO COM A PRESENTE REFLEXÃO É PENSAR, SOB UM ARCABOUÇO ANTROPOLÓGICO, A ESCOLA, SEUS PROCESSOS, SEUS AGENTES EM MOVIMENTO E INTERSECÇÃO E COMO OS CONTEXTOS ESCOLARES VÊM PRODUZINDO EXCLUSÃO E UM REFORÇO DAS DESIGUALDADES – TAL QUAL PENSADO POR BOURDIEU E PASSERON (1982) – SOBRETUDO NO QUE SE REFERE AO GÊNERO E A SEXUALIDADE COMO FORTES MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA. A PESQUISA AQUI ESBOÇADA BUSCA, ASSIM, COMPREENDER OS ESPAÇOS ESCOLARES A PARTIR DA ESCUTA ATIVA DAS EXPERIÊNCIAS DE TRAVESTIS NOS CONTEXTOS FORMATIVOS ONDE SE INSERIAM, A SABER, ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE FORTALEZA E COMO ESTES TERRITÓRIOS VIVIDOS E EXPERIMENTADOS PELAS INTERLOCUTORAS, TODAS ELAS TRAVESTIS (ENTRE 18 E 22 ANOS) QUE ABANDONARAM A ESCOLA, OBJETIVANDO, POR FIM, ENTENDER OS MOTIVOS QUE LEVARAM À EVASÃO. PARTO DE UM VIÉS QUALITATIVO DE PESQUISA, ELEGENDO AS TÉCNICAS DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E DA NARRATIVA BIOGRÁFICA COMO NORTEADORAS DA METODOLOGIA EMPREENDIDA. A PARTIR DO DISCURSO NATIVO – SUBALTERNIZADO E INVISIBILIZADO PELA PRÓPRIA ACADEMIA – ENTENDO QUE AS EXPERIÊNCIAS ESCOLARES SÃO PLURAIS (DELINEADAS ATRAVÉS DA POSICIONALIDADE DOS SUJEITOS EM DETERMINADOS CAMPOS, COMO ÉTNICO, DE CLASSE, DE GÊNERO) E QUE AS INTERLOCUTORAS DA PESQUISA SE PERCEBEM À MARGEM DA ESCOLA A PARTIR DO MOMENTO QUE ACIONAM UMA ESTILÍSTICA FEMININA E QUE, PORTANTO, NÃO CORRESPONDEM ÀS NORMAS HEGEMÔNICAS DO GÊNERO. RITOS DE HUMILHAÇÃO, A INVISIBILIDADE, A FALTA DE RECONHECIMENTO E O DESENCAIXE MARCAM AS TRAJETÓRIAS TRAVESTIS NA ESCOLA, QUE ESVAZIADA DE SENTIDO, É ABANDONADA POR ESSAS AGENTES SOCIAIS.