A contação de histórias sempre teve um papel determinante na educação, e em sociedades antigas representava o eixo central de transmissão de valores através da narrativa oral, como se deu na África do poeta Amadou Ampâté Bá. Os novos contadores de histórias recuperam a tradição oral por meio da escrita, o que é tão pertinente na literatura de cordel e nos contos populares. Segundo Ricardo Azevedo (1999), a oralidade que se manifesta nos cordéis e nos contos populares motiva a literatura infantil, porque recobra a tradição e a memória coletiva, estimulando o lúdico. Assim, o presente artigo tem o objetivo de refletir sobre a pertinência da contação de histórias de cordéis no processo de letramento literário infantil. Para isso, faremos uma leitura do Gato de Botas do cordelista Manoel Monteiro.