O artigo tenta tecer fios que se dizem parte do trabalho de mestrado intitulado “RAP DE QUEBRADA”: construção de sentidos e saberes pelos grupos de rap ‘A Irmandade’ e ‘Reação do Gueto’ de Teresina-PI”. Neste trabalho realizamos uma cartografia do chão das zonas sul e norte da cidade de Teresina-PI, buscando analisar como os grupos de Raps mapeados no estudo, construíam sentidos e saberes na prática cultural e política rap. Com um olhar curioso, atento, descrevemos e refletimos no diário de campo sobre os nossos itinerários durante um ano e meio com jovens rappers. Num movimento de (des)territorialização fomos desenhando outros modos de vê-los, senti-los, pensá-los no seu ser jovem rapper e para além disso, ser sujeito que pratica e habita a cidade de modo a borrar os contornos da cartografia racional. A cartografia do chão, possibilitou ao estudo compreender quem são os jovens rappers, como tornaram-se o que são. Isso permite a nós educadoras/es ampliarmos olhares, no sentido de caminhá-los para âmbitos de sociabilidades, onde a produção de identidades e subjetividades, são múltiplas, porque coadunam neles – a(s) diferença(s). Estas, tão imprescindíveis para na contemporaneidade “borrar os contornos” do instituído, que por sua vez espelha o homogêneo, o qual naturaliza e cristaliza o nosso olhar. Então, apresentamos estes jovens na sua positividade de existir, como jovens guerreiros, potentes e produtores de saberes e sentidos outros, diferentes dos produzidos nas instituições escolares, acadêmicas. Dialogo com Larrosa (2001); Rolnik (2007).