MENDES, Adriana Do Nascimento Araãšjo. Inclusão através de práticas artístico-pedagógicas. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/52215>. Acesso em: 26/12/2024 00:43
INCLUSÃO ATRAVÉS DE PRÁTICAS ARTÍSTICO-PEDAGÓGICAS Adriana do Nascimento Araújo Mendes/aamend65@gmail.com/Unicamp Beatriz Leonel Borges/beatrizleonelborges@gmail.com/Unicamp Eixo Temático: Educação, diversidade e inclusão social Agência Financiadora: Capes Resumo Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do PIBID Arte, que abrange alunos dos cursos de Licenciatura em Artes Visuais, Dança e Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a partir da experiência na disciplina de Arte e em oficinas extracurriculares realizadas no Ensino Fundamental II. A proposta do PIBID Arte foi iniciada em agosto de 2018 na E.E. Prof. José Vilagelin Neto da cidade de Campinas, SP, inserida na região central da cidade. O artigo tem como objetivo: a) fazer uma reflexão sobre as observações dos bolsistas em relação às aulas de Arte; b) registrar as medidas que a escola toma para promover uma educação inclusiva; e c) descrever e refletir sobre duas propostas de caráter inclusivo do PIBID Arte realizadas a partir do contato com a escola, a supervisora, os professores e os alunos. Para as discussões sobre o ensino de arte na educação escolar, o artigo está embasado em documentos legais como a LDB- Lei no. 9.394/96, a Lei no. 13.278/2016, a Base Nacional Comum Curricular/BNCC (2016) e os Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN (2000), bem como nos autores Ferreira (2001), Fusari; Ferraz (1993) e Duarte Jr. (1988). A esse respeito, as autoras apoiam-se na ideia que as artes são parte do patrimônio cultural da humanidade e são essenciais para ampliar a percepção estética dos alunos, e uma das funções da escola é preservar esse patrimônio e difundi-lo. Para as discussões sobre a escola inclusiva, o texto está embasado em Reily (2012), Mantoan (s.d.) e Louro (2012) e ressalta a importância da escola respeitar a diversidade de aspectos socias e cognitivos que os(as) alunos(as) já trazem em suas histórias de vida e a necessidade de todos os envolvidos na escola terem mudanças atitudinais diante da inclusão. A metodologia dessa proposta envolveu reuniões semanais de planejamento na universidade, ações semanais de bolsistas de Iniciação à Docência (ID) na escola em duplas ou trios, produção de relatórios no ambiente virtual, registro com fotos e vídeos, e estudo da bibliografia. No que diz respeito às observações em relação às aulas de Arte, ao chegar na escola os bolsistas ID se depararam com a dificuldade de um ensino de arte que estava mais voltado para as Artes Visuais- a formação específica da supervisora- com poucas propostas para a inserção da Música e da Dança no cotidiano da escola. Considerando os documentos normativos consultados, que englobam as quatro linguagens artísticas dentro da área de Arte, o PIBID Arte/Unicamp propôs desenvolver ações que contemplassem também as linguagens específicas da Dança e da Música, buscando ainda articulá-las de forma interdisciplinar. Observou-se, assim, a dificuldade de uma atuação polivalente do professor, em contraste com as formações específicas em uma das linguagens artísticas. Observou-se, também, a baixa carga horária da disciplina Arte dentro da grade curricular geral dos alunos, e, finalmente, a dificuldade de infraestrutura para as artes, como espaços e materiais adequados para as aulas de Música e Dança. No que diz respeito às medidas tomadas para promover uma educação inclusiva, os bolsistas observaram que a escola e os professores buscam oferecer currículos adaptados e incluir os alunos com deficiência de diferentes maneiras: há, por exemplo, um aluno autista do 6º ano do Ensino Fundamental cuja avó o acompanha em todas as aulas. Como outro exemplo, a professora de Português estava desenvolvendo um projeto de Dança, que envolvia seis alunos sem deficiência, um com Síndrome de Down e um autista. Assim, a partir do contato com a escola, a supervisora, os professores e os alunos, e em diálogo com a coordenadora de área na universidade, três bolsistas ID iniciaram um projeto de trabalho rítmico com instrumentos de fanfarra que estavam disponíveis na escola. Uma bolsista ID do curso de Licenciatura em Dança passou a apoiar a professora de Português na coreografia inclusiva. E os demais bolsistas ID se dedicaram a acompanhar as aulas da supervisora e de outro professor de Arte da escola, dando-lhes suporte e ministrando atividades corporais e musicais. A supervisora e a equipe gestora da escola deram todo o suporte a seu alcance para que os bolsistas ID conseguissem desenvolver atividades artístico-pedagógicas e impulsionar atividades criativas e diversificadas com os alunos. Como resultados, os bolsistas ID observaram os desafios de se fazer a inclusão nas aulas de Arte, bem como nas demais disciplinas escolares. Para construir a diversificação do ensino de artes na escola citada, buscou-se proporcionar aos alunos o contato direto com as linguagens abordadas. Nesse sentido, houve uma preocupação em não apenas mostrar a linguagem, mas, também, promover a imersão desta sem que houvesse um distanciamento do cotidiano. Logo, foram desenvolvidas práticas educacionais que trouxeram a realidade do aluno para o ensino. Também verificou-se ser necessário levar em consideração todos os alunos incluindo aqueles com alguma deficiência. Durante o trabalho rítmico/musical houve uma inserção do cotidiano, através de exercícios que utilizam o ritmo de músicas atuais. Trazer o cotidiano desperta o interesse do aluno e reduz a distância entre o ensino e o real acesso à arte, visto que esta é encarada como algo intelectual e erudito, à qual nem sempre alunos do ensino público têm acesso. Por meio de exercícios com palmas e instrumentos, os alunos aprenderam ritmos de fanfarra, do funk e do baião além de aprender quando começar a tocar e parar, estimulando a cooperação com o grupo. Nas oficinas de dança também houve a mesma preocupação: trazer o cotidiano para o ensino das artes. Tal preocupação foi resolvida com a inserção de coreografias de músicas atuais que fazem parte do repertório dos alunos. Além disso, a imersão deu-se por meio de exercícios práticos em roda e da montagem de coreografias. A roda faz com que todos se sintam iguais e livres, sem que haja alguém guiando, e, também, faz com que todos se sintam incluídos. Palavras-chave: Arte, educação inclusiva, interdisciplinaridade, Ensino Fundamental II Referências BRASIL. Lei no. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em 14 de setembro de 2018. ______. Lei no. 13.278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte. Disponível em http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13278.htm. Acesso em 14 de setembro de 2018. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Arte. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.