Introdução: Zooterápicos são definidos como produtos de origem animal, onde tem seu uso muito frequente em diversas comunidades no Brasil, a partir do conhecimento popular, para o tratamento e amenização de sintomas de várias doenças (ALVES; ROSA, 2005). Sendo que seu uso é correlacionado às condições econômicas e precariedade do sistema de saúde em nosso país, considerado, portanto, uma primeira alternativa curativa para muitas comunidades tendo em vista o preço e acessibilidade de medicamentos que não é favorável para a realidade socioeconômica (FISCHER et al., 2018). Objetivos: Descrever o uso de zooterápicos no Nordeste brasileiro a partir de conhecimentos e práticas da população, por meio de artigos publicados na literatura cientifica, além disso, verificar as espécies e partes utilizadas de animais com fins terapêuticos em comunidades do Nordeste Brasileiro e estabelecer um perfil das comunidades que utilizam zooterápicos. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão de literatura. A busca de artigos científicos ocorreu nas bases de dados Google scholar, Scielo e Periódicos capes, com os descritores de busca: zooterápicos, animais medicinais e etnozoologia, publicados de 2014 a 2018, com as buscas gerou um total de 809 artigos. A inclusão dos artigos se deu a partir da leitura do título, resumo e texto completo, com o critério de inclusão ser um estudo desenvolvido na região Nordeste do Brasil e estar disponível na integra. Para essa revisão, foi selecionado 11 artigos e para as análises de resultados foi levado em consideração o local de estudo, as características sociais dos entrevistados como escolaridade e renda, as espécies mencionadas nas entrevistas dos artigos, as principais finalidades de cada zooterápico e as principais conclusões de cada autor frente ao uso de zooterápicos. Resultados: Os artigos analisados foram desenvolvidos por meio de pesquisas qualitativas e quantitativas, realizados nos estados da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Bahia. Os entrevistados eram pescadores, caçadores e demais pessoas, todos pertencentes a comunidades rurais. Em relação aos artigos selecionados, as espécies mais relatadas pelos entrevistados foram: Ovis aries Linnaeus, (n = 5); Bos taurus L. (n = 5); Salvator merianae (n = 5); Gallus gallus (n = 4); Mazama gouazoubira (n = 4). Além disso, as partes de O. aries, como gordura e sebo, foram utilizados para o tratamento de gripe, artrite, dor nas articulações e hidratante para os pés. B. taurus teve o leite, saliva, urina e fezes, relatado para o tratamento de bronquite, sinusite, gripe, sarampo, dor de garganta e trombose e a espécie S. merianae teve partes como o couro e gordura mencionados para o tratamento de otite, dor de garganta, tosse, dor de ouvido e gripe. Considerações finais: Pode ser considerado amplo os conhecimentos populares no uso de zooterápicos para o tratamento de diversas doenças e amenização de sintomas, além disso outras pesquisas devem ser elaboradas para compreender melhor essas relações entre populações tradicionais, a fauna e as enfermidades, vale ressaltar que o uso de zooterápicos consiste em conhecimento popular sua eficácia não é comprovada cientificamente, devendo ter respeito a natureza e seus recursos.