Introdução: O Semiárido Brasileiro têm na pecuária uma das principais atividades econômicas, sendo a cultura da palma forrageira importante aliada. O aparecimento da Cochonilha-do-Carmim dizimou os palmais e demandou solução urgente. Em 2012, o INSA implantou em 26 municípios paraibanos o Projeto Revitalização da cultura da palma forrageira utilizando variedades resistentes à Cochonilha-do-Carmim, articulou a criação de gabinetes da palma, estudou o comportamento agronômico das variedades, multiplicando-as e contribuindo para repovoamento dos palmais. Na perspectiva de analisar os impactos sociais do projeto, está sendo realizada pesquisa, buscando apreender a situação atual das famílias beneficiadas no que diz respeito à segurança forrageira. Objetivo: Abordar os impactos, em relação a segurança forrageira, gerados pelo Projeto de Revitalização da palma nas comunidades contempladas. Metodologia: Iniciada em 2017, nos municípios de Soledade, Boa Vista, Caturité e Remígio, e em 2018 em Campina Grande, Sumé, Riachão, Santa Terezinha e Condado. Está sendo trabalhada uma abordagem qualitativa partindo da análise documental (livros de atas, estatutos, relatórios, regimentos); pesquisas bibliográficas, onde se buscou na literatura textos que abordassem a importância social da palma, educação contextualizada e empoderamento; visitas de reconhecimento dos campos de pesquisa de palma e/ou comunidades circunvizinhas e associações; reuniões dos Conselhos Municipais; rodas de conversas entre as famílias agricultoras beneficiadas; aplicação de questionários a agricultores e agricultoras, e; entrevistas semiestruturadas com os proprietários onde foram instalados os campos e/ou pessoas com participação ativa nas associações locais e também técnicos. Resultados e discussões: Verifica-se a partir dos dados coletados que todos os Campos do Projeto de Revitalização da Palma cumpriu o objetivo de multiplicar as variedades resistentes e repovoar a palma na região. Inclusive, nos municípios do Sertão (Condado e Santa Terezinha), onde a cultura da palma antes era desconsiderada, agora já é uma prática, mesmo que ainda tímida. Os municípios de Riachão, Remígio, Sumé, Caturité, Boa Vista e Campina Grande não adotaram a forma de organização dos gabinetes da palma. Já no município de Soledade, as discussões permanecem através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS, onde criaram um Fundo Rotativo Solidário da palma, o qual se tornou uma estratégia de gestão para multiplicação das variedades resistentes a Cochonilha-do-Carmim. Essa forma de organização tem mantido a discussão sobre a segurança forrageira, empoderando as famílias para a convivência com o Semiárido através de um processo de gestão coletiva e autônoma. Considerações finais: A multiplicação das variedades de palma resistentes a Cochonilha-do-Carmim foi satisfatória, sendo a variedade Orelha de Elefante Mexicana mais resiliente ao clima e com maior aprovação entre os entrevistados. Destaca-se a organização do Fundo Rotativo Solidário da Palma no município de Soledade, pois demonstra uma capacidade particular de participação, planejamento, gestão, autonomia, controle social e empoderamento. Percebe-se a continuidade da multiplicação da palma e também a apropriação do conhecimento através de um processo de gestão coletiva que debate a segurança forrageira nas comunidades e a convivência com o Semiárido e parte dos princípios da educação contextualizada.