muitos poços da mesoregião Oeste Potiguar possuem baixas vazões e altos teores de sais dissolvidos, podendo tornar essas águas inviáveis para a irrigação. Seu uso agrícola pode oferecer riscos ao meio ambiente, promovendo a salinização dos solos e redução da produção vegetal. Portanto objetiva-se classificar a água proveniente de processo de dessalinização para irrigação quanto aos teores de cátions e ânions, em dois períodos. O estudo foi realizado na comunidade de Bom Jesus, Campo Grande – RN, no Oeste Potiguar. A comunidade é abastecida com unidade de captação e tratamento de água por dessalinização. As coletas de amostras de água foram realizadas de modo a retratar ou abranger as estações do ano, verificando as alterações das águas: outubro (2013) – período seco e fevereiro (2014), início do período chuvoso. A fim de se estudar alterações nas características químicas da água. As coletas de água realizadas são provenientes de três fontes: água salobra (AS) de poço sem qualquer tratamento; água Dessalinizada (AD), que passou pelo tratamento por osmose reversa e a água de rejeito salino (ARS). As amostras das águas foram coletadas após 5 minutos de funcionamento do sistema de dessalinização. As amostras de água foram acondicionadas em garrafas plásticas, opacas, de 500 mL, hermeticamente fechadas, armazenadas em caixa térmica com gelo, a fim de evitar ao máximo a atividade microbiológica e em seguida conduzida para análise laboratorial. Para realizar a classificação fins de irrigação, foram determinados os seguintes parâmetros: Condutividade Elétrica (CE em dS m-1), potencial hidrogeniônico (pH), as concentrações de Sódio (Na+), Cálcio (Ca2+), Magnésio (Mg2+), Potássio (K+), Cloreto (Cl-), de acordo com as metodologias propostas por Richards (1954). Sendo estas classificadas de acordo com limites adotados por Ayers e Westcot (1999). A concentração dos íons, as águas de rejeito dos dois períodos possuem teores de Ca, Mg, e Cl - acima dos níveis considerados normais para uso na irrigação, apenas os teores de Na, CO32- e HCO3- estão dentro da faixa considerada normais para estes elementos. Cosme (2011) constatou que grande percentagem de águas de rejeito possuem teores de Ca, Na, HCO3- e Cl- dentro dos níveis considerados normais, sendo que poucas comunidades apresentaram teores de CO3- e Mg dentro dos níveis normais. Ao analisar os cátions e ânions das águas dessalinizadas com base nos valores considerados normais, todos os elementos encontram-se dentro da normalidade para uso na irrigação, nos dois períodos de acordo com Ayers e Westcot (1999). Os dados corroboram com os encontrados por Cosme (2011), onde ele observou que mais de 90% das comunidades de Mossoró – RN estão dentro da normalidade para águas de irrigação. A concentração dos íons Ca, Mg e Cl da água de rejeito salino nos dois períodos estudados estão acima dos níveis normais para uso na irrigação, não sendo recomendadas para este fim. A água dessalinizada apresentou concentração dentro da normalidade, sendo adequadas para uso na irrigação.