Introdução. Os Estados do Nordeste apresentam uma vegetação característica, estudos realizados por Albuquerque e Maia (2004) mostram que essa formação vegetal apresenta uma grande importância biológica e potencial econômico. A Anadenanthera colubrina é uma planta bastante usada na medicina popular como antidiarreico e no tratamento das infecções pulmonares e vias respiratórias. A prática do uso de plantas medicinais pode se tornar perigosa quando realizada sem orientação, pois muitas podem apresentar difícil identificação, composição química variável e relativa toxicidade. Por causa disso, o teste de hemólise in vitro vem sendo empregado rotineiramente em estudos de toxicidade de plantas medicinais. Objetivos. Determinar o potencial citotóxico dos extratos metanólico e aquoso de galhos da Anadenanthera colubrina (VELL.) Brenan por ensaios in vitro de atividade hemolítica. Metodologia. Os galhos da Anadenanthera colubrina foram coletados no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil. Para o teste de citotoxicidade foi realizado o ensaio de atividade hemolítica segundo a metodologia de Oliveira et al. (2012). O sangue utilizado para o experimento foi obtido a partir da coleta em tubo de citrato de um voluntário saudável e não fumante, após assinatura do documento de consentimento. Após centrifugação a 3000 rpm por 6 min, os eritrócitos foram lavados com tampão fosfato-salina e ressuspendidos com a mesma solução. Em seguida, adicionou-se 1,1 mL da suspensão de eritrócitos e 0,4 mL dos extratos. Após incubação de 60 min, os tubos foram centrifugados e o sobrenadante foi utilizado para medir a absorbância da hemoglobina liberada em um comprimento de onda de 540 nm. O resultado foi expresso em relação à atividade do Triton X- 100 e do tampão fosfato-salina. Resultados e Discussão. A hemólise é caracterizada por ruptura do eritrócito com liberação de hemoglobina. No experimento com os extratos foi observado a formação de precipitado de células, demonstrando que as amostras testadas não promoveram a hemólise dos eritrócitos em todas as concentrações testadas (1000 µg/mL; 500 µg/mL; 250 µg/mL; 125 µg/mL; 62,5 µg/mL; 31,25 µg/mL e 15,625 µg/mL), o que foi comprovado com a leitura da absorbância. Embora tenha sido observada na análise fitoquímica anteriormente realizada a presença de compostos, como os fenóis, conhecidos por serem responsáveis por causar atividade hemolítica, pois podem oxidar a hemoglobina, as concentrações presentes nos extratos testados não foram suficientes para causar hemólise. Ensaios de atividade hemolítica realizados por Colacite (2015) constataram que a A. colubrina mostrou-se tóxica apenas na maior concentração testada (4000 μg/mL), enquanto nas demais (2000 µg/mL, 1000 µg/mL e 500 µg/mL) apresentou baixa toxicidade, corroborando com os resultados obtidos no presente estudo. Considerações finais. Com base nos resultados obtidos, os dois extratos demonstraram ser farmacologicamente promissores, sendo uma possível fonte de fitoterápico, pois não causaram hemólise, logo não apresentam citotoxicidade significativa neste parâmetro. Sugere-se mais testes afim de verificar a toxicidade aguda.