O presente trabalho se propôs a estudar a oferta do Curso técnico de nível médio subsequente em pesca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Acaraú. Desde a sua implantação apresentou baixa demanda, apesar da vocação histórica do município voltada à atividade da pesca. Nesse sentido, o objetivo foi levantar informações sobre a oferta do curso técnico subsequente e o seu atual cenário, visando perquirir as razões, na visão dos servidores da Instituição, que justificariam a baixa demanda. A perspectiva utilizada foi o estudo de campo. Como suporte teórico abordou-se o panorama legal da pesca, as políticas públicas destinadas a esse segmento e a classificação da atividade segundo as diretrizes legais. A pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada com os docentes e técnicos do Instituto Federal do Ceará - IFCE, campus Acaraú, envolvidos diretamente com o curso, bem como um servidor do Ministério da Educação comprometido com políticas públicas. Os resultados obtidos apontaram que a falta de informação sobre o curso e a ideia equivocada quanto à sua proposta, bem como a pesca ser uma atividade marginalizada, em declínio e de baixa remuneração, são fatores que levam à baixa demanda. Concluiu-se que, apesar da inexistência de laboratórios, que possivelmente compromete a formação dos alunos, tornando-a deficitária, a construção de arranjos produtivos locais e a aproximação do Instituto com a comunidade, por meio de ações de extensão que estimulem o empreendedorismo e o associativismo, são possíveis caminhos para a elevação da demanda.