A estomia intestinal ou colostomia é a comunicação de um órgão ou víscera com o meio externo criada artificialmente para desviar fezes e flatos. Diante dessa realidade, observa-se que cuidar de uma criança com estomia é um processo complexo, árduo e prologado, especialmente quando a assistência é realizada no âmbito domiciliar pelos familiares. Os cuidadores precisam receber educação e apoio contínuo dos profissionais de saúde, incluindo o enfermeiro. Dessa maneira, a enfermagem deve oferecer apoio técnico para a realização dessa assistência, tanto no âmbito físico, no sentido de evitar complicações, quanto no contexto psicossocial. A literatura ainda apresenta-se limitada e inexpressiva com relação a essa temática, evidenciado a necessidade de mais pesquisadas direcionadas para essa questão. Esse estudo tem como objetivo identificar a percepção dos enfermeiros frente a assistência de enfermagem à criança colostomizada e sua família. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada em um município do litoral leste do Ceará, com a participação de quatro enfermeiros da Atenção Primária a Saúde. A coleta de dados foi realizada em 2015, mediante entrevistas semiestruturadas, com análise qualitativa dos dados. Para análise de dados utilizou o referencial de análise proposto por Bardin. A presente pesquisa seguiu todos os preceitos éticos recomendados pelos estudos nacionais e internacionais. Os resultados evidenciam que os enfermeiros referem que a assistência de enfermagem corresponde a orientações aos cuidadores, apoio emocional, observação do estoma intestinal e o cuidado realizado pelos familiares. Para os entrevistados a orientação da família é o grande destaque do cuidado a criança colostomizada e que a assistência deve buscar a formação de um vínculo entre os envolvidos. Conclui-se através das entrevistas com os enfermeiros que esses profissionais compreendem o processo do cuidar de uma maneira integral, referindo que os cuidadores e as crianças necessitam constantemente de uma assistência biopsicossocial.