Esta comunicação visa relatar um estudo realizado nos limites periféricos Sul e Sudeste de João Pessoa, especificamente os bairros de Gramame, Muçumagro e Barra de Gramame, que consiste na classificação morfológica da área e na descrição de formas de desenvolvimento da malha urbana, de acordo com o processo de expansão da cidade, tal como elenca os principais fatores determinantes do espaço envolvidos neste processo. João Pessoa é uma cidade de porte médio, capital da Paraíba, que sofreu transformações espaciais intensas a partir de 1970, devido ao desenvolvimento dos sub-centros urbanos. O resultado deste processo é o ‘espraiamento’ e crescimento fragmentado do tecido, que acarreta também em uma infraestrutura urbana deficiente. Nesse contexto, este estudo aprofunda os conhecimentos nas bordas urbanas de João Pessoa que, devido a este processo de desenvolvimento da mancha urbana, foi desenvolvida sem um planejamento urbano adequado, carente de infraestrutura e serviços básicos, em função de sua localização distante da urbe consolidada. Em paralelo, investiga-se a maneira como essa forma urbana contribui, positiva ou negativamente, na consolidação do tecido. Para a análise morfológica aplicou-se a metodologia de Rômulo Krafta, definindo conceitos de elementos morfológicos de José Manoel Lamas, considerando a classificação de ‘dimensão urbana’, ou escala de bairro. Numa escala geral, constatou-se a fragmentação do tecido urbano da área de estudo, característica de cidades de porte médio, de modo que diversos tipos de desenho urbano foram identificados em malhas de áreas próximas, e em descontinuidade entre si. Em escala mais ampla estes tecidos também estão em descontinuidade do tecido da urbe consolidada, com arranjos de quadras em tipologia mista que não seguem um plano ou direcionamento. Por se tratar de uma área periférica, as áreas verdes e de preservação interferem diretamente na forma resultante. Se por um lado elas moldam o crescimento da mancha urbana, por outro sofrem constantes invasões territoriais, devido à conflitos de uso e ocupação, e ameaças de degradação, poluição do solo e águas, causando prejuízo a essas áreas.