A presente pesquisa traz no cerne de seu estudo a busca pela apreensão da problemática da individualidade humana na obra marxiana “O Capital”, investigando como a associação entre aparência e essência revelada no modo de produção capitalista incide no complexo categorial da individualidade e seus nexos com o devir humano. Perscrutando tal entendimento, adota-se como gênero investigativo o método teórico-bibliográfico, desbravando o seio da obra proposta em estudo, com a intenção de assimilar os múltiplos dados resultantes do próprio objeto, sendo a análise direta deste o ponto crucial de partida para os leitores das obras marxianas. No âmbito da produção local, circulação e produção global do capital, objetos de estudo dos três livros de sua obra última, Marx arremata o desvelamento das condições e contradições aviltantes presentes no metabolismo de re/produção do modo de produção capitalista. Revela, pois, nas (entre)linhas de seu escrito, um indivíduo diminuído nas suas potencialidades/particularidades humanas e elevado a simples personificações econômicas em benefício do fluxo do capital. Por outro lado, afirma-o como potência e sujeito criador das condições emancipatórias necessárias à efetivação do reino da liberdade. Nesse sentido, ao contrário das alegativas de seus críticos, acredita-se que Marx revoluciona o modo de pensar a questão do indivíduo, lançando assim os fundamentos para a constituição de uma ontologia do ser social. Os resultados da pesquisa vinculam-se à perspectiva de buscar elementos significativos para o avanço da construção de uma teoria marxiana da individualidade, e, por conseguinte, da compreensão do processo histórico social assente ao devir humano.