O ensino de botânica é considerado difícil e pouco atraente para muitos alunos e professores. Esta dificuldade é evidenciada no baixo rendimento dos alunos e pela falta de preparo de muitos professores diante desse conteúdo. O distanciamento entre os alunos e o ambiente natural, reforçado nas aulas tradicionalmente teóricas, torna o estudo das plantas maçante e decorativo, gerando desestímulo nos alunos ao estudarem este tema. É recorrente ouvir relatos dos alunos sobre a dificuldade e a falta de interesse diante dos conteúdos da Botânica. Apesar do tema ser de extrema importância e muito presente na vida dos estudantes, não é assim que grande parte deles visualiza, apresentando constantemente grandes a dificuldades. As dificuldades vão desde fragilidades presentes na descrição dos processos biológicos básicos que ocorrem nestes organismos, bem como não conseguindo ver a importância das plantas para a biosfera, tratando-as como seres inferiores em relação a outros seres vivos, o que caracteriza a chamada “cegueira botânica” Diante deste cenário, este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma aula prática
sobre Morfologia de Angiospermas com alunos do 3º ano do ensino médio, no Colégio de Aplicação da UFPE, ministrada pelos discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco. Os espécimes coletadas foram da família Heliconiaceae, Araceae e entre outras presentes no campus Recife da UFPE, em torno do colégio e a aula foi conduzida a partir de questionamentos realizados aos alunos. A priori, a execução da aula se deu de forma interativa e contextualizada, demonstrando dúvidas acerca do tema, grande interesse e participação dos estudantes. O intusiamo e interesse dos alunos na aula mostra que de certa forma a interação com o material provocou uma certa curiosidade e afeição pelo tema trabalhado. Concluímos a partir da vivência realizada que o entorno escolar é um ambiente fértil para subsidiar o processo de ensino-aprendizagem com elementos de fácil acesso e baixo/nenhum custo, tornando essa prática uma alternativa de ensino viável.