A hegemonia do ideário neoliberal na orientação das mudanças no papel do Estado impulsionou reformas educacionais em diversos países. No final da década de 1980, no Brasil, ao mesmo tempo em que havia críticas ao crescimento do fracasso escolar, percebia-se também que não havia dados confiáveis em nível de sistemas escolares sobre o rendimento escolar dos alunos. Devido a essa necessidade, a partir da década seguinte, as políticas educacionais brasileiras passaram a encarar a avaliação como um tema central. O objetivo do presente artigo é apresentar uma pesquisa bibliográfica acerca das políticas públicas de avaliação do sistema educacional brasileiro. Deve-se notar que não se pode negar a necessidade de se avaliar o sistema educacional brasileiro. No entanto, o questionamento que se faz é com relação ao modelo avaliativo baseado num ideário neoliberal. Isto porque antes de se avaliar, cria-se o critério de uma avaliação de acordo com requisitos do mercado e não com ênfase exclusiva nos valores acadêmicos. A política do fazer mais e melhor com menos faz com que as escolas fiquem obrigadas a produzir resultados sem os recursos adequados, embora possa haver o recurso, mas este pode estar direcionado exclusivamente para determinados fins. Logo, não se critica o processo em si, mas as finalidades dessa avaliação. Não se pode, por exemplo, premiar quem atinge as metas e castigar quem não as atinge, aumentando as dificuldades de quem já tem dificuldades em alcançar a suposta eficiência, norteada pela avaliação realizada nos moldes descritos no presente artigo.