A construção deste artigo foi baseada num recorte da pesquisa intitulada “Cultura, Tradição e Identidade: Interface Universidade e Comunidade Quilombola”, concluído no ano de 2017. O objetivo do projeto foi colaborar na reestruturação do Projeto Político Pedagógico da Escola Quilombola que iremos definir como Dandara, localizada no Bairro Senhor do Bonfim, uma comunidade quilombola urbana, situada na cidade de Penedo, Alagoas. Usamos como base metodológica, a pesquisa colaborativa – interventiva, onde possibilitou o envolvimento de professores e estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas /UFAL – U. E Penedo e a comunidade escolar referida. Vimos a urgência em discutir sobre a identidade negra dentro da comunidade, uma vez que os moradores, sobretudo os jovens e os estudantes da Universidade, não se reconheciam como quilombolas. Dentro do espaço escolar, foi possível (re)fazer o Projeto Político Pedagógico levando em consideração os aspectos como os valores culturais, sociais, históricos e econômicos desta comunidade. Neste contexto, compreendemos, ainda, que a Escola Quilombola deve estimular os estudantes remanescentes, bem como toda comunidade a compreender e lutar por seus direitos na construção de uma consciência de seus direitos como quilombolas, entre eles, direito às identidades étnico-raciais, à terra, ao território e à educação. Enfatizamos que estas ações fortalecem o processo de Educação Democrática, numa perspectiva colaborativa, permitindo um movimentum de ação-reflexão-ação entre os envolvidos que vivenciaram as articulações teórico-práticas, criando desta maneira, táticas que auxiliem os sujeitos da comunidade escolar, que fora por um longo tempo, silenciada, a buscarem por uma educação identitária e emancipatória.