RESUMO: O presente artigo discute o processo educativo desenvolvido no Terreiro de Xambá que reverberou no surgimento do Grupo de Coco Bongar. Com a intenção de obter dados que elucidassem essa temática, nos aproximamos da abordagem teórica da educação não formal e da pesquisa qualitativa, fazendo uso da metodologia da Autobiografia. Nesse percurso, tivemos como campo de pesquisa o Quilombo Urbano do Portão do Gelo onde se localiza o Terreiro de Xambá, participamos como observadora, de três toques, foram eles: Oxum, Yemanjá e Xangô, assim realizamos entrevistas biográficas com seis integrantes do grupo Bongar – Xambá. O tratamento/análise dos dados coletados através das entrevistas e observação nos permitiu compreender como ocorre o processo educativo não formal no Terreiro de Xambá: que se dá por meio da observação, experimentação, participação nas práticas religiosas de matriz africana, consideração pela família de sangue e de santo, respeito à diversidade do ser humano, à natureza e aos orixás. Ficou evidenciado,ainda, que o babalorixá Ivo de Xambá se constitui num grande educador não formal para os/a integrantes do grupo de coco, um educador democrático, cujo exemplo é seguido por Guitinho da Xambá que foi quem reuniu os primos e formou o grupo de coco Bongar – Xambá para reproduzir, nos palcos, nacionais e internacionais, os ritmos praticados no terreiro e no quintal de suas casas, de modo a contar suas próprias histórias realizando um trabalho bem sucedido de 16 anos, oriundo das práticas educativas do terreiro, muito embora, na atualidade, já estejam fazendo outras experimentações rítmicas.