Tendo como cenário o espaço e tempo das aulas de Educação Física escolar, este texto busca refletir a organização dos alunos na formaçao de grupos para as atividades e sobre a presença de uma perspectiva de aprendizagem cooperativa por parte dos docentes. Em uma primeira hipótese, pensamos que a aprendizagem cooperativa seria uma concepção comum nestes espaços e tempos, isto porque, segundo Piaget esta se dá especialmente em ambientes em que as atividades em grupo são consideradas como estratégias privilegiadas. Junto à aprendizagem cooperativa, cogitamos da presença de movimentos que favorecessem valores como respeito, solidariedade e, consequentemente, a construção da autonomia intelectual e moral dos alunos. Foi com essas premissas que buscamos dialogar com alguns professores de Educação Física com o objetivo de conhecer como se dava a organização dos alunos para as atividades em suas aulas, e, sobre os valores que fundamentavam as escolhas e decisões, tanto de alunos quanto de professores, ao organizar os grupos para as atividades. A proposta do Paradigma Indiciário de Ginzburg foi utilizada como aporte metodológico. A análise realizada até esse momento já aponta indícios de uma necessidade urgente de pensar uma formação inicial e continuada de professores que se constitua enquanto espaço e tempo de reflexão da própria ação. Isto porque, pensar o aprimoramento pedagógico na Educação Básica perpassa, necessariamente, por pensar e fazer uma formação de professores que contemple as mudanças almejadas.