Por meio deste trabalho, pretendemos analisar as formas de relação e exclusão social que se estabeleceram no processo de consolidação da educação primária da cidade do Assú/RN durante o Império e a Primeira república. A primeira legislação do Império brasileiro referente ao ensino primário é instituída em 15 de outubro de 1827 criando escolas de primeiras letras nas cidades, vilas e lugares mais populosos. Por ser uma importante vila do interior da província do Rio Grande do Norte nesse período, a então Vila Nova da Princesa (antigo nome da cidade do Assú) recebeu cadeiras de primeiras letras no ano de 1829. Durante a Primeira República são implantados no país os grupos escolares, apresentando inovações pedagógicas e arquitetura moderna. Na cidade do Assú, foi inaugurado em setembro de 1911 o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia. A implantação do grupo escolar ocorreu simultaneamente à um processo de expansão literária e cultural e o desenvolvimento econômico da cidade, que já consolidava sua presença no estado. Observamos que a consolidação da educação primária na cidade favorecia aos comerciantes e donos de fazendas, e manifestaram-se a partir de práticas excludentes. Essa realidade esteve presente nas escolas de primeiras letras e no Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, que beneficiavam os membros da elite local e apresentaram-se como elementos de manutenção das famílias da elite nos melhores postos da sociedade.