As questões de gênero estão presentes em todas as relações de poderes nos mais variados espaços da sociedade, transmitindo valores e significados que demarcam formas culturais para o “ser homem” e o “ser mulher”. Muito embora, os papéis sociais do gênero resultem da construção histórica, parece até inconcebível questionarmos, pois são naturalizados através das teias discursivas e de poderes que permeiam as instâncias sociais. Assim, refletimos sobre possíveis desconstruções e desnaturalizações desses papéis, partindo da escola, já que esta funciona como um mecanismo epistemológico social. Além de privilegiarmos as relações de gênero presentes nesse espaço, consideramos que a sexualidade também é afetada a partir do gênero, pois ao se construir o “sujeito homem” e o “sujeito mulher” de forma universalizante também se instituem as condições sexuais e desejantes destes/as, reproduzindo uma heteronormatividade que contraria a ideia das diferenças e institui padrões de relacionamento para as/os indivíduas/os. Por sua vez, o gênero e a sexualidade estão inseridos como temas transversais nos Programas Curriculares Nacionais-PCN’s, mas há uma ausência acerca dessas discussões nas instituições escolares, propiciada até mesmo pela falta de preparo das/os educadoras/es como pelos ataques que os estudos de gênero vêm sofrendo a partir do projeto da “Escola Sem partido” e da “Ideologia de Gênero”. Para tanto, propomos métodos a serem usados em sala de aula como auxílio para desnaturalizar os papéis de gênero e de sexualidade, tentando promover reflexões, debates e práticas de respeito pautadas na filosofia da diferença com vistas ao empoderamento das mulheres e da população LGBTQ+.