Artigo Anais VII ENLIJE

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-0670

A BRUXA (THE WITCH, DE ROBERT EGGERS, 2015) COMO ALEGORIA DO DISCURSO FEMINISTA: UMA LEITURA DA NARRATIVA FÍLMICA ATRAVÉS DA TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA

Palavra-chaves: FEMINISMO, CINEMA, SEMIÓTICA, TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA, TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA Comunicação Oral (CO) GT 11: Tradução Intersemiótica e Narrativas Fílmicas: legendas e imagens contando histórias
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Publicado em 29 de agosto de 2018

Resumo

Em sua maioria, as narrativas fílmicas constituem-se como reflexo do contexto social e cultural em que foram produzidas e circuladas, uma vez que nenhum filme está isento desse condicionamento promovido socioculturalmente (CASTRO, 2015; Lebel, 1972). Diante disto, neste trabalho, propomo-nos a analisar a representação imagética e verbal do discurso feminista no filme The Witch, de Robert Eggers (2015), que legitima essa interpretação em decorrência do contexto de circulação da narrativa fílmica e de sua representação, através de considerações sobre a tradução intersemiótica, bem como das legendas associadas às imagens. Para isso, tomamos como aporte teórico as contribuições de Aumont e Marie (2004), Santaella (2005), Beauvoir (1949), Pignatari (2004), Gaudreault e Jost (2009), Castro (2015), dentre outros. Metodologicamente, alicerçamo-nos em uma abordagem qualitativa de natureza descritiva e interpretativa. À luz da contribuição desses autores e através da seleção de imagens e cenas do filme e de suas legendas, verificamos que, na narrativa de Egger (2015), há uma construção sígnica, tanto verbal como visual, que promove o discurso feminista através da personagem Thomasin, sobretudo nas cenas finais do longa-metragem, as quais culminam com a iniciação da personagem ao coven. Essa representação pauta-se na imagem construída da bruxa que nomeia a ficção de horror dirigida por Eggers (2015), que se assemelha ao signo do monstro descrito por Bellei (2000): uma criatura a viver na ou além da fronteira que delimita o que é convencionado como humano, a transitar entre a convenção e a transgressão. Através das lentes da enunciação cinematográfica e tradutória, assistimos à mulher, ao percorrer os caminhos da bruxaria, se tornar um ser em fronteira. Nessa direção, a representação da bruxa se alinha com a condição da mulher feminista ao passo em que esta questiona os padrões de gênero e desconstrói, através de sua vivência, a ordem estabelecida em sua comunidade social. Destacamos, ainda, que esta leitura não limita e nem deslegitima as interpretações outras promovidas pela narrativa fílmica adotada.

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