A literatura destinada a crianças e jovens, ou seja, a literatura infanto-juvenil, compreende textos que são estruturados a partir da fantasia e intencionam a fácil compreensão em sua leitura. Todavia, por acreditarmos que essa literatura é pouco explorada no âmbito escolar, sobretudo se pensarmos no público juvenil e na perspectiva do letramento literário, objetivamos dialogar sobre a relação entre a sala de aula e o manejo da literatura infanto-juvenil. Dessa maneira, mostraremos e discutiremos algumas das reflexões provocadas pelo romance A bolsa amarela (1976) da escritora brasileira Lygia Bojunga Nunes, que apresenta a história de Raquel, uma menina que possui três sonhos: crescer, ser escritora e se tornar menino, e que para isso, percorre um trajeto que perpassa o mundo imaginário/fantástico e real. Aparentemente simples, essa construção romanesca, por natureza do gênero, é capaz de suscitar questionamentos consideráveis que podem vir a contribuir para a formação de jovens leitores proficientes, com vistas à construção de sentidos. É imprescindível repensar e discutir tais questões, visto que a literatura, de modo geral, deveria constituir um direito essencial ao ser humano, capaz de humanizar e libertar, no pensar do crítico literário Antonio Candido. Para isso, faremos um estudo bibliográfico com base nas colaborações teórico-metodológicas de Cosson (2011), Curia (2012), Faria (2012), entre outros.