Cotidianamente novos problemas surgem apontando para um problema maior: a necessidade de novos medicamentos, onde a saída que se tem é a pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos. Porém, alguns fatores dificultam este processo, tornando-o longo e oneroso. Frente a isso, o desenvolvimento da química medicinal tem disponibilizado ferramentas que objetivam suplantar estes entraves no processo, podendo-se aplicar no desenvolvimento de diferentes moléculas onde aqui se destacam os glicosídeos 2,3-insaturados, moléculas simples, derivadas de fontes naturais com interessantes atividades já relatadas na literatura. Diante disso, objetivou-se sintetizar o Benzil 4,6-di-O-acetil-2,3-didesoxi-α-D-eritro-hex-2-enopiranosídeo, bem como realizar um levantamento sobre seu perfil farmacodinâmico, farmacocinético e toxicológico com o advento de estudos in silico. O glicosídeo 2,3-insaturado foi sintetizado a partir do protocolo desenvolvido por Toshima e colaboradores em 1995, sendo submetido posteriormente às análises in silico nas plataformas Osirirs DataWarrior e Molinspiration. O produto foi obtido com facilidade e com rendimento reacional de 91%. Os estudos in silico para a molécula mostram um perfil físico-químico que sustenta sua absorção por via oral, uma classificação de baixa risco em relação à probabilidade de desencadear efeitos tóxicos bem como a possibilidade de atuação em diferentes alvos moleculares. Conclui-se que a molécula apresenta uma probabilidade comprovada de desencadear diferentes efeitos fisiológicos, podendo agir por diferentes vias sem apresentar efeitos tóxicos com a possibilidade de administração oral, instigando-se, com isso, o desenvolvimento de estudos que visem explorar as atividades desta molécula bem como de seus derivados.