O objetivo deste estudo é relacionar os casos de casos de Leishmaniose em cães e humanos no Estado do Ceará. A Leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose emergente e reemergente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo causado por um protozoário onde a espécie de maior ocorrência é Leishmania chagasi. Acomete além do homem, canídeos, felídeos, roedores e marsupiais, sendo transmitida pelo flebótomo Lutzomia longipalpis. A LV no Estado do Ceará teve seus primeiros casos registrados no ano de 1934, provenientes de Sobral. A doença está distribuída em praticamente todo o estado onde a maior freqüência de casos encontra-se nos municípios de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte. As áreas de transmissão estão divididas em: sem transmissão, transmissão esporádica (≥0,1 e ≤2,3), transmissão moderada (≥2,4 e ≤4,3) e transmissão intensa (≥4,4). Pode-se observar na figura 3 que o Ceará apresenta 16(8,7%) municípios com transmissão intensa, 25(13,6%), com transmissão moderada, 97(52,7%) com transmissão esporádica e 46(25%), sem transmissão de casos. A enfermidade é típica da região semi-árida, e de ambiente fisiográfico composto por vales e montanhas com predomínio em janeiro e um pico entre os meses de julho a outubro. O número de cães positivos para LVC retirados das ruas pelo CCZs do estado vem diminuindo, porém, o recolhimento domiciliar vem mostrando um aumento. Não é possível afirmar que a LVC precede a LVH, pois estudos descritivos não permitem avaliar a casualidade da doença, no entanto locais onde ocorre epidemias de LV em humanos encontra-se cães positivos para LV. Tendo então esse reservatório doméstico um papel fundamental na expansão da doença em áreas endêmicas.