A adolescência é caracterizada por mudanças hormonais, que podem gerar insegurança, insatisfação com a imagem corporal e uma maior vulnerabilidade para os transtornos alimentares. Frente ao exposto, esta pesquisa objetiva analisar a vulnerabilidade aos transtornos alimentares em adolescentes. Aplicou-se um questionário organizado por módulos que contemplou os seguintes assuntos: características sociodemográficas, peso, altura, percepção frente à autoimagem, práticas comportamentais (dietas, jejuns, uso de medicação para perda de peso, vômitos e uso de anabolizante). A pesquisa se deu na cidade de Campina Grande, em escolas estaduais, onde participaram 816 adolescentes, sendo estes 482 (59,1%) do sexo feminino, com faixas etárias entre 12 e 19 anos. Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva e bivariada. Os resultados demonstraram que 67,3% da amostra está no peso normal, 22,2% está abaixo do peso e 6,7% se encontra com obesidade grau I. Além disso, 25% dos adolescentes descrevem o desejo de perder peso enquanto que 17% relatam o desejo de ganhar peso. Sobre o que costumavam fazer para obter os resultados esperados quanto ao corpo, os adolescentes afirmaram fazer uso de atividade física (42%), dieta (20,6%), jejum por 24 horas (4,9%), medicamentos (3,3%) e episódios bulímicos, como provocar vômito ou usar laxativos (4,1%), todos com predominância para o sexo feminino. Quanto ao uso de anabolizantes ou esteroides (12%), houve predomínio masculino. Os resultados apontam para a necessidade de realização de campanhas de prevenção voltadas aos adolescentes e centradas na visão crítica e na desconstrução dos valores associados ao corpo na sociedade de consumo.