Objetivou-se relacionar a capacidade de movimentar-se e a ocorrência de mucosite oral em crianças e adolescentes com câncer, submetidos ao tratamento antineoplásico. Estudo observacional e transversal, com amostra de 70 indivíduos (02 a 19 anos), diagnosticados e em tratamento no Hospital Napoleão Laureano (HNL), João Pessoa-PB, no período de abril a setembro de 2017. Para coleta de dados utilizou-se um questionário com questões socioeconômicas e clínicas, o Oral Assessment Guide (OAG) e o domínio “Mobilidade” da Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF), conduzido por um examinador calibrado (Índice Kappa > 0,75). Foi utilizada a análise descritiva e o teste Qui-Quadrado (α=5%). A maioria dos indivíduos eram do sexo masculino (54,3%; n=38), com uma média de idade de 10,9 anos (±4,90), a cor mais citada foi a parda (52,9%; n=37) e houve predominância dos tumores hematológicos (51,4%; n=36), o tratamento mais utilizado foi a quimioterapia (42,9%; n=30), e a mucosite oral ocorreu em alguns casos (31,4%; n=22). O comprometimento mais comum quanto à Capacidade, está relacionado à dificuldade leve em andar (30,0%; n=21) e deslocar-se (28,5%; n=20). Houve associação entre a ocorrência da mucosite oral e as variáveis dificuldade em mudar a posição básica do corpo (OR:2.039; IC95%:1.204 - 3,443), dificuldade em manter a posição do corpo (OR:1.909; IC95%:1.147 - 3.178), autotransferência (OR:3.273; IC95%:1.329 - 8.060), levantar e carregar objetos (OR:3.273; IC95%:1.329 - 8.060), dificuldade em deslocar-se utilizando algum equipamento (OR:10.909; IC95%:1.354 - 87.925). Os déficits na capacidade de movimentar-se pode contribuir para a ocorrência da mucosite.