O ser humano desenvolve ao longo da sua existência a capacidade para questionar e conhecer o mundo onde vive. Logo na infância, o ser humano conhece os valores que estão postos no mundo e, a partir do que é ensinado pelas instituições sociais e pelas comunidades as quais pertence, constitui-se como pessoa. Por isso, o objetivo do trabalho foi realizar um trabalho psicopedagógico que incremente o processo ensino/aprendizagem de crianças e adolescentes no espaço da escola pública através das discussões sobre questões existenciais. O público-alvo do trabalho foram crianças dos gêneros masculino e feminino, com idades entre 8 e 10 anos. Foi utilizada a abordagem de oficina criativa a qual é dividida em quatro partes complementares e sequenciais: a sensibilização, a expressão livre e elaboração, a transposição de linguagem não verbal para verbal e a avaliação. Desse modo, foram feitas cinco oficinas sobre os temas amor, vida e morte, sofrimento, trabalho, gênero masculino e feminino. Percebe-se através da experiência que existe uma grande carência na educação brasileira no que diz respeito à reflexão de temas subjetivos e existenciais. Nesse sentido, percebeu-se que além de dificuldade com interpretação de texto, as crianças tinham muita dificuldade em falar sobre si mesmas, sobre seus sentimentos e emoções, ou seja, tinham dificuldade de se expressar, o que é muito comum em um meio onde a educação não prioriza os aspectos afetivos nem emocionais e essas dimensões da vida humana acabam se tornando difíceis de se compreender gerando, em muitos casos, sofrimento psíquico.