Pacientes internos em Unidade de Terapia Intensiva possuem maiores riscos a complicações, o que torna a busca por um melhor prognóstico mais intensa. Sendo bastante comum que esses pacientes façam uso de medicamentos por via intravenosa, via geralmente escolhida devido a rapidez com que os medicamentos conseguem atuar no organismo e proporcionar os resultados esperados e por alguns pacientes não estarem aptos a deglutir formas sólidas. Esse tipo de via não está livre de erros de medicação, e pode proporcionar a ocorrência das incompatibilidades, que se definem como uma reação de caráter químico ou físico que ocorre com medicamentos antes da administração dos mesmos no organismo, surgindo devido a mistura de medicamentos no mesmo recipiente, seringa ou veículo. Esse trabalho tem o objetivo de mostrar as principais incompatibilidades observadas em uma UTI de um hospital universitário, discutir sobre a importância de elas serem analisadas, e demonstrar o trabalho do farmacêutico clínico. Em 2016, foram identificadas 51 incompatibilidades nas 1108 intervenções realizadas, dentre elas, se destacaram: Ceftriaxona x Clindamicina (13,7%), Fenitoína x Ranitidina (9,8%), Omeprazol x Vancomicina (7,8%), Amiodarona x Ranitidina (7,8%) e Midazolam x Omeprazol (7,8%). Prescrições contendo mais de um medicamento contribuem para os efeitos adversos das incompatibilidades. Fica clara a importância de se avaliar criteriosamente as consequências delas, antes da aplicação da terapia com múltiplos agentes medicamentosos, o que é essencial para permitir maior segurança no emprego daquelas que oferecem vantagens e, ao mesmo tempo, evitar a ocorrência de interações desvantajosas ou mesmo perigosas a saúde dos pacientes.