A aranha marrom, como é popularmente conhecida, pertence ao gênero Loxosceles, é cosmopolita e apresenta mais de 100 espécies com diferentes graus de potencial sinantrópico e de importância médica. O veneno das aranhas do gênero Loxosceles é responsável por lesões necróticas no local afetado, constituindo esta a principal característica do envenenamento, podendo ainda eventualmente causar hemólise intravascular. O loxoscelismo é a forma de araneísmo considerada mais importante na América do Sul, com relatos de acidentes no Brasil, Peru, Chile e Argentina. O CIATox – Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande é o responsável por notificar os acidentes por animais peçonhentos e orientar a equipe médica na condução dos mesmos. Entre os anos de 2010 e 2017 o CIATox – CG notificou 10.041 casos de acidentes por animais peçonhentos, dentre estes 221 casos foram por araneísmo, o que representa aproximadamente 2,2% do total de envenenamentos atendidos no serviço. Apesar do percentual pouco expressivo de acidentes por aranhas, o atendimento ao paciente vítima de araneísmo constitui um desafio para os profissionais de saúde em geral e para os próprios plantonistas do CIATOX. O presente trabalho tem por objetivo descrever a partir do relato de experiência de quatro plantonistas do CIATox – CG os critérios adotados e dificuldades enfrentadas no diagnóstico e tratamento dos acidentes causados por aranhas, mais especificamente por aranhas do gênero Loxosceles, atendidos no serviço, bem como a contribuição dessa experiência para a formação profissional dos mesmos.