A atenção integral à saúde da população prisional foi instituída enquanto política pública nacional, tendo como um dos seus enfoques a intervenção sobre os agravos que impactam a saúde dessa população. Assim, este estudo buscou conhecer as condições de vida e os agravos à saúde de mulheres em situação de prisão no Brasil, conforme a literatura científica, tendo como justificativa o pressuposto de que a compreensão desse tema poderá subsidiar os gestores no processo de elaboração de políticas públicas direcionadas às mulheres em situação de privação da liberdade. A partir da análise da amostra dos trabalhos científicos deste estudo, verificou-se que o encarceramento pode alterar as relações sociais, familiares e afetivas das mulheres investigadas, ao mesmo tempo em que as aproxima a um ambiente onde podem vivenciar situações de violências. No âmbito do processo saúde-doença desse grupo, questões como evidências de distúrbios de ordem psíquica, doenças sexualmente transmissíveis e alterações patológicas do colo uterino foram identificados na população estudada. Os resultados obtidos autorizam a se reiterar a relevância do cuidado integral para uma população já privada de liberdade, portanto sem poder contratual para reivindicar ampliação de direitos. A integralidade do cuidado defendido como pressuposto do SUS asseguraria condições mínimas de possibilidades de mulheres em situação de prisão se manter com a saúde íntegra para o cumprimento da pena.