O Brasil viveu um surto do Zika Vírus entre os anos de 2015 e 2016, contaminando também gestantes e, aumentando os riscos de nascimentos com a denominada Síndrome Congênita do Zika Vírus. Desde o momento da descoberta, a gravidez é repleta de idealizações acerca de um filho perfeito, sem espaço para uma realidade diferente. Assim sendo, surge um embate entre o bebê real e o imaginário materno. O presente trabalho teve como objetivo descrever aspectos psicossociais em mães de filhos com Síndrome Congênita do Zika Vírus, pautado na abordagem cognitiva. Foi realizado um estudo de cunho exploratório, qualitativo, com amostra composta por nove mães, 18 e 44 anos. O lócus da pesquisa foi num centro especializado em reabilitação, localizado em Campina Grande, Paraíba, Brasil. Foram utilizados como instrumentos um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados foi utilizada a análise categorial temática. Todos os aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos foram considerados. Os resultados demonstraram que as mulheres entrevistadas apresentaram pensamentos disfuncionais frente a condição da Síndrome, que podem ser identificados nas classes temáticas (Maternidade e Diagnóstico), categorias (Satisfação e Insatisfação; Pré-natal e Pós-parto) e subcategorias (Realização, Amor, Anulação, Sobrecarga, Impacto, Distorções Cognitivas, Ressignificação, Perspectiva de Futuro). Tais aspectos, trazem como principais consequências a necessidade de uma psicoeducação acerca da sua condição e da própria Síndrome, bem como uma intervenção psicológica considerando o surgimento de questionamentos inevitáveis e aspectos desadaptativos desse público, que necessitam de a atenção para que consigam reestruturar-se à nova realidade.