A fibrose cística é uma doença crônica, hereditária, autossômica recessiva, de terapêutica complexa, necessitando um cuidado integral e contínuo, que exige grande envolvimento da família. Por apresentar sintomas comuns a outras doenças, o diagnóstico geralmente é realizado tardiamente. Com o aumento da sobrevida e pela complexidade em torno das manifestações clínicas, percebe-se que a fibrose cística aparece como um estressor que interfere no desenvolvimento da criança vivendo com essa condição, pois envolve diversas hospitalizações, tratamentos intensivos e contínuos, causando restrições que afetam os aspectos emocionais, sociais e financeiros do paciente e sua família. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência da psicologia com pacientes com fibrose cística e seus familiares em regime de internação na clínica pediátrica de um hospital universitário. Trata-se de um estudo exploratório, de natureza qualitativa, do tipo relato de experiência da prática profissional em Psicologia Hospitalar, que acompanhava estes pacientes desde a admissão psicológica, iniciada através de uma atitude empática visando a formação de vínculo terapêutico e suporte emocional. A prática em psicologia favoreceu à revelação do diagnóstico, exercendo um papel psicoeducativo e psicoprofilático para aproximar essas famílias à nova condição em que se encontram. Mas na maioria das vezes, a internação se dava pelo agudização da doença, e, nestes casos, as intervenções psicológicas visavam o processo de hospitalização, adesão ao tratamento. Diante disso, o acompanhamento psicológico mostrou-se importante para o suporte emocional ao paciente/família, no processo de adoecimento e hospitalização, além de potencializar um cuidado humanizado.