Neste ensaio, veremos como o romancista brasileiro, Guimarães Rosa apresenta sua visão sobre a linguagem, e como ela se constitui para além de uma perspectiva do signo linguístico apenas, sendo uma das principais preocupações filosóficas, estética e inovadora do referido autor. A partir da obra Grande Sertão: Veredas, questiona-se: como entender a dinâmica do discurso de Riobaldo enquanto travessia do ser-tão linguístico rosiano e experiência vivida a partir da fenomenologia existencial da linguagem de Merleau-Ponty? Busca-se responder a essa questão propondo como objetivo analisar o discurso do narrador-personagem por meio do devir criador da linguagem trabalhada produzindo sentidos, ultrapassando para além da palavra dita, e, por sua essência, é viva, fomentando a existência do homem humano que se encontra em travessia existencial. Autor e narrador fundem-se na permanente construção viva da narrativa, o que demonstra uma riqueza poética e pela musicalidade que a língua propõe. Por metodologia, o texto possui duas partes: a linguagem de Grande Sertão e análise mediante o método fenomenológico merleau-pontyano: 1) A descrição do mundo vivido 2) buscar as essências das coisas e repô-las na existência; e 3) o modo de ser e de relacionar-se com o mundo e sua capacidade de ação. Como resultados, realizou-se um diálogo entre a literatura de Guimarães Rosa e a fenomenologia de Merleau-Ponty, tendo a linguagem como elo dessa interface. Assim, conclui-se que há confluências que aproximam os autores estudados na perspectiva de uma linguagem viva, promovendo o homem humano no sertão-mundo.