Timor-Leste é considerada a primeira democracia a se estabelecer como tal no século XXI, sendo que seu passado foi marcado por invasões, destacando-se, sobretudo, as realizadas por Portugal (1515-1975) e Indonésia (1975-1999). Internamente a luta pela restauração da independência contra os invasores indonésios, por meio da Frente de Timor-Leste Independente (FRETILIN), iniciou-se um processo de Educação Popular ligado à conscientização política, baseado no conhecimento cotidiano dos próprios educandos e num ensino contextualizado as necessidades da luta, tendo como modelo os escritos de Amilcar Cabral. Depois de restaurada a independência, as lutas começam a ter um caráter mais especializado, com destaque para a luta realizada pelos camponeses na busca pela reforma agrária e por uma educação contextualizada as reais necessidades do campesinato timorense. Nesse sentido, nasce o Instituto de Economia Fulidaidai-Slulu (IEFS), tendo como principal influência o processo educativo realizado pela FRETILIN entre os anos de 1975 e 1999. Esse instituto foi idealizado pelo movimento social do campo União dos Agricultores de Ermera e construído em parceria com a Universidade Nacional de Timor Lorosa?e e a Cooperação Brasileira na área da Educação em Timor-Leste. O presente relato busca refletir e apresentar uma experiência relacionada à educação do Campo em Timor-Leste e, resulta de minha experiência na construção do currículo do IEFS por meio da cooperação brasileira (2013 ? 2015) e da atividade como professor colaborador do IEFS em 2017, contando com análise bibliográfica acerca da temática, bem como da realização de entrevistas semiestruturadas realizadas com os principais envolvidos na construção dessa escola.