CARVALHO, Natasha Conceição Gomes De et al.. . Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/38917>. Acesso em: 05/11/2024 05:02
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008, defende o direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação, estabelecendo que a educação especial passe a integrar a proposta pedagógica do ensino regular. Essas novas políticas levaram a um crescimento de 85,8% no número de matrículas de alunos deficientes nas classes comuns de colégios públicos, segundo dados do Censo entre 2008 e 2014. Promover a inclusão de tais alunos ainda é um grande desafio, devido à dificuldade de acesso aos conteúdos escolares e de mediação adequada. Nesse sentido, o uso dos recursos didáticos adaptados às necessidades perceptuais é fundamental na aprendizagem dos alunos deficientes visuais. O uso de tais recursos se mostra valioso no ensino de ciências e biologia, uma vez que o conhecimento biológico exige, dos estudantes, uma enorme capacidade de abstração utilizando, principalmente, a memória visual e auditiva. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi a produção e adaptação de uma atividade de construção de um cladograma, durante a qual os discentes deficientes visuais pudessem propor, de forma autônoma, a hipótese de parentesco evolutivo mais provável, definindo, para isso, as condições primitivas e derivadas. A atividade prática “Construindo um cladograma” foi desenvolvida com os alunos da 2ª serie do ensino médio do colégio Pedro II – campus Duque de Caxias que apresenta dois alunos deficientes visuais incluídos, um cego e um baixa visão. Os recursos didáticos foram adaptados de forma que os estudantes pudessem interagir de forma proveitosa, para tal foram selecionadas diferentes texturas, tamanhos e formatos que permitissem a percepção de forma globalizada. Os materiais utilizados na confecção da atividade foram acessíveis, de baixo custo e de fácil manipulação. Após a realização da atividade, foi possível concluir que o material produzido foi bastante eficaz na realização da atividade e na aprendizagem dos conteúdos pelos discentes, contribuindo para sua efetiva participação nas atividades propostas no período escolar. Além disso, pode-se inferir que a construção de materiais didáticos é bastante viável e promove a inclusão dos alunos deficientes visuais em iguais condições aos demais do ensino regular.