O texto tem por objetivo apresentar uma discussão introdutória a partir de análises de resoluções de projetos políticos pedagógicos que resultaram na formulação e reformulações do currículo do curso de enfermagem de uma instituição de ensino público superior no Estado de Mato-Grosso. A discussão em pauta se constitui especificamente da inclusão da modalidade de ensino de uma disciplina intitulada “Educação para as Relações Étnico-Raciais” com disposição de conteúdos no ensinar a cuidar em enfermagem. Considera-se que em uma sociedade estruturalmente desiguais do ponto de vista racial, com presença de iniquidades raciais em saúde, há necessidades de inclusão de conteúdos como esses para além de inclusão nos currículos de formação inicias. Os mesmos devem compor o projeto político pedagógico de instituição de ensino superior e se relevar nos conteúdos de diversas formas e meios, situação essa que o curso de enfermagem, apesar de incluído a disciplina, caminha a passos lentos e de ordem quase que exclusivamente burocrática. Não observamos um compromisso social, político e científico da mesma forma que o curso lida e se alinhou com outros temas incluídos em seu currículo. A disciplina “Educação para as Relações Étnico-Raciais”, ofertada no curso de enfermagem, constitui-se, ainda que no formato optativo, um avanço no que diz respeito à formação do profissional em enfermagem e corrobora para a formação no sentido de despertar para ações e cuidados de enfermagem mais justos e humanos, com possibilidades de enfrentamento do racismo no setor da saúde e em enfermagem e consequentemente com significativa participação na minimização do racismo na sociedade brasileira.