A pesquisa empírica ainda é um tipo de investigação pouco utilizada no Direito. Soma-se a esta afirmação a pouca permeabilidade do ensino jurídico às modificações sociais, a outros campos do conhecimento - como a Arte, por exemplo - e a novas metodologias, especialmente as participativas. Dessa forma, pretende-se, aqui apresentar a organização, a implementação e os resultados atuais de um projeto de ensino que objetiva o desenvolvimento de investigações qualitativas e quantitativas por alunas e alunos do primeiro ano em uma Faculdade de Direito do sul do Brasil. Para isso, aliando-se aos debates teóricos, utiliza-se o projeto de ensino enfocado e a observação da plataforma do Moodle, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde a atividade possui uma página. A prática pedagógica tem como temas geradores manifestações artísticas e fundamenta-se em aportes teóricos da Antropologia do Direito e da Sociologia do Direito, assim como nos estudos decoloniais e pós-estruturalistas. Ela vem sendo aplicada junto às componentes curriculares de Antropologia Jurídica e de Sociologia Jurídica – pertencentes ao primeiro ano - no decorrer de 2017, tendo em vista que o currículo dessa instituição de ensino é anual. As alunas e alunos pesquisadores totalizam cento e quarenta e seis, reunidos em vinte e quatro grupos; catorze monitoras e monitores, discentes com maior experiência; e quarenta e quatro docentes – o projeto, ao todo, envolve duzentas e quatro pessoas. Entende-se, tanto pela abrangência temática e de pesquisadores, quanto pelas fundamentações teóricas adotadas, que o projeto possibilita construir resistências e novos saberes no âmbito do ensino do direito contemporâneo.