Este trabalho tem como objetivo compreender o processo de inclusão oferecido pela Universidade Federal do Maranhão, Cidade Universitária Dom Delgado ao analisar as percepções de discentes com deficiência sobre esse processo oferecido na sua formação. Trata-se de uma investigação qualitativa, na qual os sujeitos são alunos com deficiência do Ensino Superior. Usamos como instrumentos de coletas os documentos cedidos pelo Núcleo de Acessibilidade (NUACE) e entrevistas semiestruturadas com os alunos em que foi possível apontar suas principais percepções sobre a inclusão oferecida a eles. As entrevistas foram analisadas por meio da metodologia de análise de conteúdo. A partir dos documentos cedidos pelo NUACE inferimos que, embora, tenham ingressado muitos alunos na educação superior, a política de acesso não está efetivamente garantindo uma inclusão refletindo na permanência e conclusão desses alunos, tendo e vista que existe um percentual alto dos alunos com deficiência que ficam retidos, mudam de cursos constantemente ao longo dos anos, trancam ou cancelam suas matrículas. Ao olharmos para entrevistas é possível perceber que os sujeitos discorreram sobre aspectos ligados a solicitação de atendimento, tratamento interpessoal, infraestrutura e sugestões, abordando questões como melhoria da infraestrutura, capacitação e sensibilização de todo o público da IES. Esclareceram em suas falas que a universidade tem trabalho em prol da acessibilidade em todos os âmbitos, mais que ainda há um caminho muito longo a percorrer principalmente no quesito infraestrutura e formação especializada de todo os agentes educacionais envolvidos nessa formação, pois falta preparo, que reflete no desempenho dos alunos em sua graduação. É relevante afirmar que a inclusão não é sinônimo de assistencialismo, é preciso compreender que este é um direito que as intuições de ensino não podem privar os sujeitos. Dessa forma, esperamos que os levantamentos aqui discutidos possam contribuir para uma reflexão em que permitir o ingresso não é garantia de inclusão, e as IES brasileiras precisam estar atentas às demandas desses alunos de forma atender os quatros quesitos básicos, ingresso, acesso, permanência e conclusão, baseadas em uma perspectiva inclusiva.