O presente estudo apresenta os resultados de uma investigação cujo objetivo central é analisar as ações exploratórias e sociocomunicativas dos e entre bebês em atividades de leituras ou situações interativas mediadas pelo objeto livro. A pesquisa de cunho qualitativo do tipo estudo de caso teve como referência teórica os pressupostos da pedagogia da pequena infância e nas experiências de bebês com livros. A investigação foi realizada com 25 bebês de ambos os sexos, com idades entre nove e doze meses, integrantes de uma escola municipal de educação infantil do município de Nossa Senhora do Socorro/SE. Para produção de dados foram utilizados fotografias, filmagens e descrição de cenas videogravadas vinculadas aos objetivos do estudo e denominadas episódios. As observações foram realizadas em dias alternados na instituição, com duração de aproximadamente trinta minutos para as filmagens, que foram realizadas em ocasiões de práticas cotidianas desenvolvidas pelas educadoras e em situações em que os bebês manipulavam os livros disponíveis na sala. Os episódios interativos videogravados e descritos revelam que, agindo com e sobre o livro, as crianças parecem concentrar-se no empenho de desvendar as causas, os efeitos do movimento de sua ação e a reação advindas do manuseio, em um agir impulsionado pela experimentação, a exemplo de ações: morder, lamber, abrir, empurrar, olhar para o livro. O livro mostrou-se objeto de investimento afetivo, de exploração, de descobertas e elos de encontros sociais por parte dos bebês. Portanto, os dados nos revelam os modos criativos, sensíveis e singulares das crianças produzirem significados mediados pelo livro e leitura. Também alguns modos inventivos pautados na cultura letrada: folhear páginas, apontar para imagens, segurar o livro na mão.