Em princípio, deve-se reconhecer que o Nordeste brasileiro é uma região com tradição de pensamento e grande valorização de manifestações culturais locais (ALBUQUERQUE, 2011). Também é notável que durante o período do regime militar, consolidou-se no Brasil uma certa tendência patriótica, que visava promover o orgulho nacional. Desse modo, se instalou a necessidade de criar uma arte genuinamente brasileira, que fosse capaz de expressar a identidade nacional. É neste quadro contextual que emerge no Nordeste brasileiro, na cidade de Recife, o Movimento Armorial. Um de seus principais idealizadores foi Ariano Suassuna, dramaturgo paraibano, que por diversas circunstâncias acabou radicado na capital de Pernambuco. O Movimento Armorial surgiu com o propósito de fazer a articulação entre cultura popular e erudita, com o uso de arte em seus diversos gêneros, valorizando a cultura local. Partiu-se da concepção de que uma verdadeira e legitima arte erudita brasileira deveria emergir da arte popular
Outro personagem de grande envergadura quando se fala no Movimento Armorial, sendo considerado por Ariano Suassuna como um dos patronos deste movimento, foi Lourenço da Fonseca Barbosa, popularmente conhecido como Capiba. Este nasceu na cidade de Surubim, situada no agreste setentrional pernambucano, em 1904. Seu nome foi reconhecido nacionalmente como um dos principais compositores do frevo pernambucano. No contexto do Movimento Armorial, Capiba compôs várias peças musicais, consideradas referências, como Toada e Desafio e Grande Missa Armorial.
Guiou-se este trabalho pelo pressuposto de que a escola é um espaço privilegiado para a reflexão sobre a sociedade, sobre sua cultura e história e, assim, objetivou investigar mais apropriadamente a concepção existente nos professores da rede pública de ensino do município de Surubim – PE sobre o Movimento Armorial, bem como sua importância para valorização da cultura local e sua relação com o compositor Capiba, dado seu protagonismo e contribuição para o movimento naquela mesma região.