O presente artigo foi desenvolvido com o intuito de discutir o que é matemática e como ela pode ser concebida de acordo com o ponto de vista das diversas culturas que constituem a nação brasileira, por meio da etnomatemática, que considera a matemática formal apresentada nas escolas incompleta, pois exclui tudo que os estudantes possam ter aprendido sobre matemática durante toda a sua vida, com seus hábitos, costumes e cotidiano antes de iniciarem sua jornada escolar. Assim a matemática escolar só considera matemáticos comportamentos que incluam caderno, lápis, borracha, caneta, quadro branco ou negro e o que está presente no livro texto, limitando a conceituação do que pode ou não ser aceito como pensamento matemático. Desse modo a etnomatemática, visa à valorização da matemática produzida pelo pedreiro, carpinteiro, cozinheiros, artesãos, de todas as tribos e populações. Considera ainda, que não existe apenas uma etnomatemática, mais várias, desenvolvidas por todas as sociedades, assim como salienta Gerdes, uma matemática universal, produzida por toda a humanidade. Nessa perspectiva, o principal objetivo do trabalho e mostrar a etnomatemática indígena, e mais precisamente a geometria envolvida nas pinturas corporais indígenas, que podem contribuir com uma melhor compreensão das figuras bidimensionais estudadas pela geometria plana. Para tanto, observamos as pinturas corporais feitas pela tribo Maranduba, da etnia dos índios Carajás, localizada no município de Santa Maria das Barreiras a sudeste do estado do Pará. Percebemos que as pinturas quando ampliadas ou separadas, formam figuras semelhantes ao retângulo, losango, pentágono e hexágono, algumas das figuras geométricas planas mais conhecidas.