A preocupação e/ou interesse, em relação aos modos como as crianças percebem e interpretam aspectos do mundo onde vivem, tem se intensificado nas últimas décadas. Essa preocupação tem se reverberado para as pesquisas educacionais e acadêmicas. O presente trabalho tem como objetivo mostrar como a criança pode ser sujeito de pesquisa, explicitando as falas e os desenhos delas sobre o ato de ler. Nosso estudo envolve, portanto, assumir as crianças como sujeitos de investigação e suas próprias compreensões sobre aspectos da vida social como legítimas e relevantes como “objeto”/ “sujeitos” de investigação. A pesquisa assumiu, como aportes teórico-metodológicos, os princípios da abordagem qualitativa e as proposições de L. S. Vygotsky sobre processos humanos e de M. Bakhtin para a pesquisa nas Ciências Humanas, segundo os quais é preciso considerar que os estudos tratam não de objetos dados, mas de processos em permanente mudança, constituídos em relações de mediação. Utilizamos como procedimentos metodológicos a análise dos discursos e desenhos de crianças, como forma de compreender a leitura por diversos sentidos e visões. Em nosso estudo as crianças foram sujeitos de pesquisa, suas falas e desenhos foram analisados e essas tornaram-se ativas no processo de construção de sentidos sobre o mundo. Tal análise, nos mostrara como resultados, que as crianças, interagem com práticas diversas de leitura, inventando espaços percebendo que a linguagem vai muito além dos espaços e práticas da instituição de Educação Infantil, mas é vivida de modo sistematizado e individual por cada uma. Esses resultados podem ser percebidos em seus discursos, ações e representações.