O presente trabalho, intitulado “As emoções no palco da tragédia Prometeu Cadeeiro: educação e ação trágica”, pretende investigar elementos centrais que são suscitados durante a cena trágica e que são fundamentais para a compressão da mesma. A obra, que tomaremos como base para o nosso estudo, foi escrita por Ésquilo (525-456/5 a.c), um dos poetas trágicos do século de ouro da Literatura Grega, que compôs por volta de noventa peças, mas só nos chegaram sete. Entre os tragediógrafos gregos, ele é o mais velho, seguido por Sófocles e Eurípedes. Em Prometeu Cadeeiro, vemos discussões sobre a questão do direito e da justiça. Nela, Prometeu, benfeitor dos homens, é punido por Zeus, por ter roubado o seu fogo e dado aos mortais. Os encarregados de realizarem a sua punição foram Força, Poder e Hefestos, que materializam o castigo divino, cumprindo as ordens do Deus supremo. Dessas punições, são suscitadas emoções, como a piedade (e¹le/oj) e o temor (fo¿boj), de grande valor para o enredo trágico. Assim, a nossa pesquisa justifica-se pelo valor inestimável que nos traz (desde os tempos mais remotos, até os dias atuais) o debruçar-se diante da averiguação dos sentidos e efeitos múltiplos decorrentes do desencadear de determinadas emoções. Isso é comprovado, inclusive, ao observarmos que, desde a Antiguidade Clássica, muitos foram os filósofos que discorreram sobre elas e, consequentemente, sobre os seus liames na criação poética, seja na epopeia, tragédia, comédia etc. Objetivamos, assim, estudar as múltiplas dimensões representativas que as emoções de piedade e temor exercem na cena trágica, a partir de sua importância, seu valor educativo e sua função no enredo das tragédias. Para tanto, ser-nos-ão importante, ao longo de nossa exposição, as considerações de autores como Aristóteles (1988/2005), David Konstan (2006), Albin Lesky (1996), Jaeger Werner (2003). Sandra Luna (2005), Filomena Yoshie (2008) entre tantos outros.
Palavras-chave: Emoções. Paidéia. Prometeu Cadeeiro.