O presente texto, de caráter teórico reflexivo, apresenta-se como proposta metodológica para as aulas de Geografia que tenham como objetivo utilizar um recurso bastante usual em meio à sociedade globalizada dos dias atuais, o filme. O filme, na perspectiva de construção do conhecimento, insere-se como linguagem, sendo muitas vezes denominado de Linguagem Fílmica. Tal ferramenta/recurso, nos dias atuais, é bem comum, de fácil acesso, e de grande aceitabilidade por parte de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Deste modo, professores que refletem sobre metodologias mais atrativas e efetivas inserem tal recurso em suas aulas com a finalidade não mais de disfarçar atuações, substituir outros professores, ou até mesmo com pretexto para não lecionar. A nossa proposta parte do uso do filme Abril Despedaçado lançado no Brasil em Maio de 2002. Com direção de Walter Salles e protagonismo do ator Rodrigo Santoro, o filme apresenta uma série de características que se enquadram nos aspectos físicos e humanos do Sertão brasileiro, sendo ideal para uma mediação de conhecimento sobre essa porção territorial do Brasil tão instigante, porém, ainda tão estigmatizada negativamente pelas pessoas. Nas nossas abordagens e reflexões teóricas sobre a linguagem fílmica como recurso para o Ensino, utilizamos autores como Alves e Silva (2016); Ferreira (2010); Frigotto, Hoepers, Muterlle (2011); Gonçalves (2010); Oliveira (2011); e Pereira (2009). Não apontamos nenhum caminho teórico no que diz respeito às abordagens geográficas, uma vez que os conceitos, temas, e conteúdos potencializados pelo filme estão e podem ser aplicados em diferentes anos letivos, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio. Assim sendo, o professor tem autonomia no uso da literatura e estudiosos pertinentes aos seus caminhos teóricos e metodológicos. Dentre os nossos resultados, conseguimos apontar uma série de possibilidades temáticas e conceituais dentro do campo da Geografia Física e Humana.