A problemática de gênero é latente em nossa sociedade, os casos de violência contra mulheres denotam a prevalência do machismo e da cultura patriarcal, um sistema de poder que oprime as mulheres nos diversos âmbitos da vida. As relações estabelecidas entre os diferentes sexos possuem uma hierarquia predisposta, insculpida a partir da subordinação do feminino ao masculino. Nesse sentido, vislumbra-se que o marcador social de gênero é elemento que estabelece uma maior ou menor dificuldade no desenvolver das capacidades enquanto ser humano. Os direitos humanos surgiram com o intuito de salvaguardar as minorias identitárias, todavia, desde o seu nascedouro possuem um caráter burguês em que está insculpido o sujeito amparado por esse direito, qual seja, o macho, branco, heterossexual, cristão e rico, em detrimento de toda a diversidade. A escola é um espaço que distingue os sujeitos e os hierarquiza, reforçando os estereótipos de gênero, ademais, a educação também, conquanto produto das políticas e da lógica do sistema masculino propaga a submissão do feminino a este, logo, corrobora com a disseminação da cultura patriarcal, seja pela estruturação dos currículos formais, seja pela desvalorização da produção feminina. Destarte, diante das graves violações de direitos vividos durante as grandes guerras mundiais, os países elaboraram tratados em busca de dar mais efetividade e a universalidade aos Direitos Humanos. Surge em 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos que estipula a necessidade de se estimular a educação em direitos humanos(EDH) como um mecanismo de luta contra a intolerância. Desta forma, a EDH aponta como possibilidade de refutação à hierarquia posta pelo sistema patriarcal entre os diferentes sexos biológicos, bem como política para ruptura com o modelo posto e instrumento de uma cultura de paz, livre da opressão de gênero