O envelhecimento populacional no Brasil é uma realidade e acompanhando esse processo, tem-se a crescente prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente, hipertensão arterial e diabetes tipo 2, além de outras patologias. Com isso, aumenta a procura pelos serviços de saúde e o maior consumo de medicamentos, trazendo riscos de interações medicamentosas e outros agravos relacionados aos fármacos, principalmente nos casos de idosos polimedicados. Objetivou-se neste trabalho avaliar o uso de medicamentos em idosos participantes da Universidade da Terceira Idade (UNITI), com ênfase na polimedicação. Trata-se de uma pesquisa descritiva de corte transversal, com abordagem quantitativa, realizada com 100 idosos participantes da Universidade da Terceira Idade, do município de Maravilha/SC. A pesquisa foi realizada mediante aplicação de questionário com perguntas referentes ao perfil socioeconômico e uso de medicamentos, entre os meses de março e maio de 2017, por meio de entrevista individualizada, com duração de 15 minutos. Os resultados evidenciaram um predomínio na participação do sexo feminino (82%). Dos entrevistados, 68% eram aposentados por idade, 71% relataram ter algum tipo de doença e 86% eram usuários contínuos de medicamentos. Desses, 11,7% foram considerados polimedicados (uso de cinco ou mais medicamentos). Os medicamentos para tratamento da hipertensão (59,3%) foram os mais utilizados pelos idosos, seguidos dos antidepressivos (25,5%), hormônios tireoidianos (17,4%) e hipoglicemiantes orais (16,1%). Ainda, 81,3% relataram não sentir efeitos indesejáveis devido ao uso de medicamentos e 87,2% não recebiam acompanhamento de um cuidador ou familiar quando do uso de medicamentos. Por fim, 72% dos entrevistados relataram não utilizar medicamentos sem prescrição, buscando, além da prescrição, orientação médica e/ou farmacêutica. Conclui-se que a prevalência de consumo de medicamentos na população estudada é elevada, porém a maioria não está polimedicada. Acredita-se que a participação dos idosos na Universidade da Terceira Idade atue positivamente na melhora das condições de vida e saúde de seus participantes, interferindo de forma positiva no uso de medicamentos.