A idade revela uma realidade biológica e uma convenção sociocultural, em que a cada etapa do desenvolvimento correspondem papéis sociais específicos, valores e expectativas, os quais exercem grande influência sobre a percepção que a pessoa tem sobre si. A velhice pode ser considerada como aproximação da finitude, mas também como um momento do ciclo da vida que requer um olhar e cuidados específicos, que pode e deve ser desfrutado com qualidade (1).
No que confere ao envelhecimento das mulheres, há de se considerar os papéis que a sociedade lhe atribuiu ao longo da história e as repercussões destes sobre o envelhecer (2).
A identidade feminina foi historicamente construída a partir da diferença entre os sexos, que fixou uma verdade biológica, utilizando-se do argumento do corpo para definir o que é ser mulher a partir do outro – homem. Assim, a mulher foi definida mediante representações da maternidade (3,4,5).
Independente de qual papel e o lugar que se coloca a mulher, ao longo do tempo, ela envelhece. Ademais, as mudanças sociais influenciam no modo como ela vivencia este processo, pois envelhecer é determinado não só pela cronologia e por fatores físicos, mas também pelo contexto social no qual interage, além da singularidade individual.
Novas oportunidades têm sido apresentadas às mulheres que estão envelhecendo, no intuito de ampliar seu espaço social, afetivo e emocional, seus papéis com novas formas de vivenciar conhecimentos e aprendizagem. Assim, surgem no cenário social mulheres idosas que, por algum motivo, não experienciaram a maternidade. O objetivo do estudo foi conhecer as concepções do envelhecer na perspectiva de mulheres idosas que não tiveram filhos e as perspectivas de cuidado na velhice.