Introdução: O envelhecimento da população, a qualidade de vida e a saúde são grandes desafios para a saúde pública. As alterações fisiológicas no envelhecimento correspondem a um processo ativo e progressivo, onde ocorrem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que se alteram continuadamente no organismo. Justificativa: Estudos retrospectivos mostram um aumento na mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, e para o tratamento,apesar da toxidade, ainda se usa a digoxina. Acredita-se que os resultados desta pesquisa subsidiarão novos conhecimentos para o manejo terapêuticos de pacientes idosos que fazem tratamento com este fármaco. Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes idosos cardíacos tratados com digoxina atendidos no ambulatório de cardiologia de um hospital de ensino público. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado em um Ambulatório de Cardiologia de um hospital de ensino público de um Município no Noroeste do Paraná, no período de setembro de 2016 a janeiro de 2017, foram analisados 1.315 prontuários, e excluídos 1.192 prontuários por não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Destes, a amostra foi composta por 123 prontuários. As variáveis para caracterização dos participantes foram: idade (anos), sexo (masculino e feminino), tratou com digoxina (sim ou não), doença renal crônica diagnosticada (sim ou não). Análise dos dados foi realizada no programa R, Package PMCMR. Para todas as análises foi considerado como significância estatística o valor de p<0,05. Foi estabelecido um grupo controle e três grupos de testes para análise das hipóteses: (G1) Pacientes com Insuficiência Cardíaca; (G2) Pacientes com Insuficiência Cardíaca e uso de digoxina; (G3) Pacientes com Insuficiência Cardíaca e Insuficiência Renal Crônica e (G4) Pacientes com Insuficiência Cardíaca, Insuficiência Renal Crônica e uso de digoxina. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da Universidade Estadual de Maringá, Paraná. Resultados e Discussão: Dos 123 prontuários de pacientes com insuficiência cardíaca analisados, a maioria pertencia ao sexo feminino (58,5%), com idade média de 74 anos (74,0±8,5). Embora haja predomínio do sexo feminino nos grupos dos pacientes com insuficiência cardíaca e em uso de digoxina (G1 e G2), nos demais grupos em que os pacientes também apresentavam insuficiência renal crônica (G3 e G4) a maioria era do sexo masculino (p=0.038). Conclusão: Houve predomínio do sexo feminino nos grupos dos pacientes com insuficiência cardíaca e em uso de digoxina; e do sexo masculino nos grupos em que os pacientes também apresentavam insuficiência renal crônica. Os resultados deste estudo indicam a necessidade de os clínicos adequarem a dose de digoxina em idosos com 60 anos ou mais, levando em consideração o sexo e aspectos fisiológicos secundários ao envelhecimento, a fim de diminuir os efeitos tóxicos deste fármaco.