Introdução: Em decorrência da transição demográfica, há o aumento dos agravos à saúde e das condições de adoecimento, tanto de natureza aguda quanto crônica. Por consequência, os idosos possuem maiores taxas de internações hospitalares, principalmente nas doenças agudas. O Enfermeiro tem papel fundamental no processo saúde-hospitalização, visto que é o profissional da área de saúde que permanece por mais tempo ao lado do cliente, e tem como objetivo promover o cuidado, devendo, portanto, facilitar a promoção da saúde e do bem-estar biopsicossocioespiritual, conduzindo formas de enfrentamento da doença. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmica de enfermagem na assistência ao cliente idoso no ambiente hospitalar. Metodologia: O estudo trata-se de um Relato de Experiência que descreve a vivência de acadêmicas do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória durante o estágio curricular da disciplina de Enfermagem cirúrgica no período de 27 de abril a 9 de maio de 2017 realizado na Clínica Cirúrgica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.
Resultados: Durante a experiência, a paciente foi analisada através do processo de enfermagem, incluindo a elaboração dos diagnósticos de enfermagem, das intervenções e da avaliação dos resultados. Durante a realização do processo, encontraram-se grandes dificuldades por parte da cliente em aceitar o diagnóstico de neoplasia ovariana maligna, além de apresentar grande ansiedade com relação ao prognóstico e o início do tratamento, relatando, inclusive, muito medo. Portanto, foram momentos delicados de dor e angústia por não poder mudar a situação, ou o diagnóstico. As intervenções realizadas foram a promoção de um ambiente de compreensão empática; a escuta qualificada; o auxílio a diminuição do nível de ansiedade pelo fato de esclarecer o que é patologia, as possíveis causas e o tratamento; o incentivo a expressão dos sentimentos e emoções.
Após o estabelecimento da confiança, criou-se um vínculo entre a acadêmica e a cliente, do qual surgiu um relacionamento terapêutico, realizado por meio, principalmente, da escuta qualificada. A partir desse momento, a cliente se sentiu a vontade para relatar sobre o que estava a angustiá-la e quais os seus principais medo. O relato foi que a angústia era em relação à malignidade, e o medo se relacionada com a morte e o sofrimento durante o tratamento quimioterápico. Porém, ao fim da primeira conversa a cliente já relatou apresentar melhora dos sentimentos negativos e que só precisava de alguém para conversar, pelo fato de não querer deixar sua irmã, que está lhe acompanhando mais apreensiva ou preocupada. Conclusão: Foi possível identificar que o vínculo estabelecido foi muito importante para paciente, tendo em vista que a mesma se sentiu acolhida e recebeu atenção suficiente para colocá-la como pessoa ativa do seu cuidado. Portanto, essa experiência na prática clínica curricular proporcionou a compreensão e o reconhecimento da importância do cuidado de enfermagem sistematizado e holístico.