Introdução: Dentre os transtornos psiquiátricos mais comumente observados em indivíduos infectados pelo HIV, a depressão é a mais prevalente. Se de um lado o envelhecimento populacional possibilitou o aumento das relações sociais, por outro os avanços da medicina , o prolongamento da vida, trouxe uma importante sensação de independência ao uso de preservativos, e a vulnerabilidade do idoso ao HIV.O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de sintomatologia positiva para depressão em idosos com HIV, assistidos nos serviços de referência de Recife, PE. Metodologia: estudo descritivo, quantitativo e de delineamento transversal apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. Participaram os idosos infectados pelo HIV/AIDS, de ambos os sexos, atendidos nos serviços de referência da cidade de Recife no período de setembro de 2016 a Maio de 2017. Incluídos os idosos ≥ 60 anos; ter comparecido ao serviço especializado em infectologia para alguma demanda; estivesse em uso regular da TARV há pelo menos 30 dias; aceitasse participar do estudo de forma voluntária, com assinatura do TCLE. A investigação de depressão também foi realizada através de registros em prontuários. O rastreio dos sintomas depressivos, a através EGD-15, foi aplicada pelo entrevistador, considerando resultado < 5 indicativo de ausência de depressão, ≥ 5 pontos rastreio positivo para depressão. Porém, quando igual ou maior que 11 caracterizado como depressão grave. Resultados e Discussão: a amostra foi constituída por 241 idosos. Através da análise em prontuários, 5,4% de pacientes apresentaram o diagnóstico de depressão e realizavam tratamento. De acordo com os resultados da aplicação da EGD-15, a prevalência de sintomas depressivos encontrada foi de 45,6% da amostra. Destes, 40,7% obtiveram escore equivalente a um quadro de depressão leve a moderada e 5 % alcançaram pontuação sugestiva de depressão grave. O maior descrito quando comparado aos disponíveis na literatura. Em relação ao sexo, 36,4% em homens e 61,1% em mulheres, predomínio em mulheres, apontado como fator de risco em diversos estudos. Talvez isso esteja relacionado a uma maior adaptação dos homens ao convívio com o HIV, resultando em uma melhor qualidade de vida. Desperta a atenção a diferença entre pacientes diagnosticados e pacientes com rastreio positivo para depressão que possivelmente deveriam estar em tratamento, reforçando a importância do rastreio de depressão. Conclusões: poucas são as investigações relacionadas a depressão em pacientes idosos com HIV. Sabe-se que a mulher é mais acometida e que a mesma frequentadora mais assídua nos serviços de saúde. O rastreio deveria ser incluído na avaliação de rotina e valorização dos sinais, uma vez que a triagem é rápido, fácil de aplicar e pode ser aplicado por qualquer profissional devidamente capacitado. Diante do diagnóstico, é possível o tratamentos alternativos, ainda que coexistindo tratamentos psico-psiquiátrico, naqueles com rastreio positivo para depressão grave.