Atualmente o Brasil encontra-se em um processo de envelhecimento da população, caracterizado por uma feminização da velhice, sobretudo devido uma maior expectativa de vida pertencente a esta população. Diante das modificações fisiológicas femininas ocorridas no decorrer da vida, destaca-se o climatério como fase de transição da vida reprodutiva para a não-reprodutiva. O período climatérico é compreendido por mudanças de âmbito biopsicossocial que concorrem à diversas alterações que se perduram no período de pós-menopausa, destacando-se as sexuais. De maneira a compreender este período de transição feminino, propõe-se analisar a partir da literatura dos últimos 5 anos as interfaces entre a menopausa e a sexualidade em idosas. Este trabalho trata-se de uma pesquisa sistemática com caráter descritivo, realizada em setembro de 2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e a Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE): Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e PubMed Unique Identifier (PMID/PubMed), utilizando-se os descritores “Menopausa”, “Idoso” e “Sexualidade”, cruzados por meio do operador booleano “AND”. Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos indexados, na íntegra, em idioma português, espanhol ou inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, que não estivessem disponíveis na íntegra ou considerados literaturas cinzentas como livros e manuais. Dentre os 140 artigos encontrados, três atenderam aos critérios compondo o corpus para análise. Dentre as associações entre a menopausa e a sexualidade em idosas encontradas, destacam-se: As Modificações fisiológicas acarretadas pelo hipoestrogenismo caracterizadas como vasomotoras, urogenitais e psicológicas, resultando dispareunia, baixa autoestima, perturbação da autoimagem, desejo sexual hipoativo e, por fim, diminuição da atividade sexual. Relação inversamente proporcional entre idade e função sexual devido a idealização errônea de que com o avanço da idade a quantidade de relações sexuais é diminuída. Percepção de ser mulher problematizada devido a representação social construída acerca do ciclo menstrual, de modo que o fim do período reprodutivo é associado ao fim da sexualidade e feminilidade. Conclui-se diante dos achados analisados, apreende-se que o período climatérico se encontra socialmente estigmatizado por compreender-se apenas como finitude da fertilidade. O despreparo profissional além da fragmentação da assistência à saúde da mulher idosa contribui para uma vivência prejudicada das mulheres, desconsiderando o empoderamento feminino e a responsabilização sobre seu cuidado. Encontra-se a necessidade da reformulação das ações em saúde destinadas a este público, de forma a oferecer principalmente informações completas acerca das particularidades do processo de envelhecimento feminino.